Enxaqueca na Infância
A enxaqueca é uma doença crônica, caracterizada por crises de dores de cabeça recorrentes geralmente associadas a outras manifestações. Essas dores nem sempre são características e as manifestações associadas, muitas vezes, são bem sutis. O diagnóstico, portanto, não é fácil, especialmente nas crianças, que têm manifestações pouco específicas e dificuldades de descrevê-las. Além disso, a dor de cabeça é um sintoma comum a várias outras doenças. A história familiar ajuda bastante; geralmente existem outros casos de crises de dor de cabeça intensas e recorrentes na família.
É uma doença comum a enxaqueca: aproximadamente 54 milhões de brasileiros apresentam esta condição (aproximadamente 12% da população). O tratamento deve se basear em metas realistas e é composto das etapas descritas abaixo.
Evitar fatores desencadeantes com as seguintes medidas:
• Sono adequado e com horários regulares;
• Hábitos alimentares saudáveis e refeições regulares;
• Fatores de estresse emocional podem estar relacionados com as crises, mas atenção: isso não deve gerar superproteção;
• Alguns alimentos foram relatados como desencadeantes, como queijos, chocolate, cafeína, glutamato monossódico, vinagre tinto, amendoim, banana, repolho etc; entretanto, essa relação é muito individual e cada paciente deve identificar se há realmente esse tipo de situação no seu caso e evitar o alimento específico;
Controle das crises
• Medidas não farmacológicas, como afastar-se das atividades, repouso em ambiente silencioso e com pouca luz, sono, compressas frias nas têmporas;
• Uso adequado de analgésico, antiemético e/ou droga antienxaquecosa conforme orientação médica.
Tratamento profilático
• Nos casos em que as crises são freqüentes, muito intensas, incapacitantes ou de difícil tratamento, podem ser usados alguns medicamentos por longo período (geralmente seis meses ou mais) com o objetivo de tornar as crises menos freqüentes ou intensas.
REFERÊNCIA
GHERPELLI JLD. Tratamento das cefaléias. J Pediatr (Rio J). 2002;78:S3-S8.